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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Casados há 68 anos e eternos namorados

Após tanto tempo juntos, casal ainda demonstra muito afeto e revela a fórmula do "felizes para sempre"

Por Débora Ferreira / Foto: Juliana Schorck


Rodolfo Gibraiu, de 93 anos e Sylvia Corrêa Gibraiu, de 91, se conheceram quando ainda eram muito jovens. Na época, por ela ser muito garota, nunca imaginou ter contato com ele, afinal, não pretendia se casar. Porém, a vida os uniu e ambos construíram uma família de 2 filhos – Magno, de 69 anos e o Julio Cesar, de 66 – 5 netos e 6 bisnetos. “Nós morávamos na mesma cidade, em Parati (RJ). Meus pais eram fazendeiros e os pais dele eram comerciantes. Tínhamos amizade, mas jamais pensei que ele seria meu marido”, comenta Sylvia.
Naquela época, ela conta que não se interessava por ele e nem por qualquer outro rapaz. “Nunca eu tive a ideia de namorá-lo. Depois que crescemos, ele estudou em Minas e eu estudei no Rio, porque lá não havia faculdade, então, a gente só se via nas férias. Ele namorou muito. Namorava com uma, com outra e com outra e eu nunca tive namorado, nunca pensei em namorar ninguém”, lembra.
Tudo começou a mudar quando Sylvia saiu com a prima de Rodolfo para passear, e ele foi até ela para conversar. “Ficamos sentados no banco da praça”, recorda com carinho. Naquele tarde, Sylvia e Rodolfo se despediram, após longa conversa, e a jovem moça foi ao encontro do pai, que a esperava. Segundo ela, depois disso ele a procurava muito. Até que começaram a namorar.
Entre tantas histórias, ela lembra que, certa vez, o clube de esportes da cidade foi reformado e os moradores tinham que escolher um nome para a nova sede. “Todos sugeriram. Eu dei o nome e lembro que ele recomendou um nome também. Mas, no dia da festa de inauguração foi escolhido o nome que ele deu: Clube Recreativo de Parati. Para comemorar, tinha que ser escolhida a rainha do clube. Todos os rapazes colocaram o nome das moças, para saber qual seria a rainha, e ele colocou o nome da namorada. Eu estava empatada com a moça e Rodolfo comprou vários bilhetes para ela, e ela é que venceu”, comenta.
O casamento
São 70 anos de união, sendo um ano de namoro, um ano de noivado e “68 anos de um casamento muito feliz e sem brigas”, comemora o casal. Sylvia diz que por ele ter namorado muito, quando faltava mais de 1 mês para o casamento, uma ex-namorada dele disse que quando eu fosse entrar de noiva na igreja ela iria pisar no meu véu e rasgar. “Eu fiquei triste e aborrecida. Meu pai chegou perto e perguntou o que eu tinha, mas eu fiquei quieta. Ele insistiu, então, contei a ele o que poderia acontecer, e ele me disse: ‘Só se você não tivesse pai!’ ”, relembra, feliz.
O casamento aconteceu na fazenda de um amigo do pai de Sylvia, próximo ao Rio de Janeiro. “Meu pai mandou pintar a igreja toda, por fora e por dentro, e mandou reformar a casa inteira. Só foram as pessoas das nossas famílias, que chegaram em dois barcos, nessa fazenda que era a beira mar”, conta.
Segundo Sylvia, a decisão de morar em São Paulo aconteceu porque Rodolfo aceitou o convite de um irmão dele para trabalharem juntos. Chegando em São Paulo, o casal foi morar em uma casa grande, onde permaneceram durante anos, até que resolveram se mudar para o apartamento onde residem há 53 anos.
“Nós éramos mágicos”, lembra Rodolfo, emocionado. “Nós viajamos para os Estados Unidos e 12 cidades da Itália. Conhecemos o Brasil inteiro fazendo apresentações”, lembra Sylvia. Mas, esta não era uma ocupação profissional, por isso, apresentavam-se sempre de graça.
Sylvia acha que o tempo de namoro é fundamental para uma relação duradoura. “Antigamente, as pessoas namoravam mais meses, ficavam mais tempo noivos. Agora, mudou, é mais rápido”, analisa. Ela diz que o amor é o grande segredo para uma relação duradoura. “Somos casados há 68 anos e nunca tivemos nenhuma briga, nunca. Eu não entendo porque os casais brigam. Se casam por amor, porque brigar?” questiona Rodolfo.
Agora vivem só os dois, um fazendo companhia para ao outro. Dedicam-se a tudo com muito amor. Duas tardes por semana, uma pessoa é responsável por passar roupa e fazer o serviço pesado da casa. Nos demais dias, Sylvia faz comida e outras tarefas, com calma, por conta da idade.
Ao final de nossa entrevista, em homenagem ao Dia dos Namorados, celebrado neste 12 de junho, Sylvia recita um poema e, ao terminar, pergunta ao marido: “Você me ama?” Ao que ele, sorrindo, responde: “Muito. “Eu também”, finaliza ela

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