Até que ponto é saudável copiar jeitos e vestimentas?
Por Débora Ferreira
debora.ferreira@arcauniversal.com

Toda menina que está iniciando a idade
de formação de conceitos, de expressar opiniões, fazer suas próprias
escolhas de estilo, vestuário e acessórios – normalmente aos 7 anos de
idade –, pega alguém como fonte de inspiração. "Nessa fase, nossa
primeira inspiração é a mãe e, consequentemente, tia ou prima bem
próximas. Com a ida para a escola, quando a criança já está maior, a
melhor amiga e a professora também servem de exemplo, e por aí adiante,
até a fase adulta, momento em que as mulheres observam e se inspiram no
que está sendo usado na rua”, comenta a psicóloga Érika Milfro.
De acordo com a especialista, essa ação
de repetir ou readaptar a roupa de alguém para seu vestuário é natural e
saudável, até que comece a virar uma competição consigo mesma e a
mulher se torne refém de ter o mesmo que a outra. “Quem não gosta de ser
elogiada e tornar-se manequim para as demais? Isso é um prestígio,
apesar de haver quem ainda se sinta um pouco enciumada e queira
exclusividade. Mas é inevitável, até porque muitas mulheres se vestem
principalmente para as outras admirarem”, diz ela.
Leia também:
O importante é saber que apesar de belos
modelitos que são desfilados por todos os lados, cada pessoa tem seu
estilo e maneira de se vestir, então, isso não quer dizer que a peça que
caiu bem em uma mulher ficará tão incrível em outra. Sempre é preciso
modificações e adaptações no visual. “Se a mulher tiver a consciência de
que o importante é usar as vestimentas das outras apenas como
inspiração e de que não é preciso copiar para ficar tão bonita quanto,
ela não deixa esse desejo de ter uma composição igual dominar suas
vontades.”
Descontrole e egoísmo
Foi o que aconteceu com a estudante de
direito Ana Claudia Toledo, de 26 anos. “Eu nunca tive problemas que
copiassem minhas combinações de roupas, até me considerava muito
lisonjeada. Mas nem todo mundo tem esse pensamento. Em uma ocasião,
apreciei muito o visual de uma colega de profissão e acabei me vestindo
igual no dia seguinte, e não fui bem interpretada. Assim que cheguei ao
trabalho ela logo veio fazendo piadas que deixavam indícios de que eu
era uma pessoa invejosa. Fiquei triste, lógico, mas não me deixei abater
por tal situação, pois não fiz por mal, ergui minha cabeça e não
liguei. Com o tempo, percebi que ela ofendia todas as pessoas que
resolviam copiar os trajes dela”, comenta.
Para a psicóloga, pessoas que mostram um
comportamento de descontrole ao ver que alguém a usou como fonte de
inspiração não é normal. “É preciso tratamento, para que a pessoa
aprenda a lidar com essa atitude, que está atrelada diretamente ao
egoísmo. Pense duas vezes antes de maltratar alguém com uma situação
pequena, pois marcas podem mudar o relacionamento. Veja o lado bom da
situação. Poupe a sua saúde e não se irrite tão facilmente”, finaliza
Érika.
Nenhum comentário:
Postar um comentário