Mesmo empregadas, elas trabalham 10 horas a mais que os homens por semana

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em 23 de maio, com base em dados de 2009, mostra que o cenário dentro dos lares brasileiros não mudou muito no quesito divisão de tarefas domésticas entre mulheres e homens. Elas passam, em média, 26,6 horas por semana realizando afazeres domésticos enquanto eles, 10,5 horas.
A pesquisa “Trabalho para o mercado e trabalho para casa” aponta também que 89,9% das mulheres desempenham afazeres em casa, contra 49,9% dos homens. Elas, quando desempregadas, têm uma jornada de 29 horas por semana em casa, sete a mais que os homens. Mesmo empregadas, elas trabalham 10 horas a mais quando eles estão desempregados.
Mais filhos, mais trabalho

“Em casa, meu marido me ajuda, mas sou eu quem faz praticamente tudo, inclusive dar banho e cuidar da nossa filha. Mesmo voltando a trabalhar fora 10 horas por dia, as tarefas domésticas ainda ficam comigo”, afirma Isis Coelho, de 28 anos, que trabalha em uma agência de comunicação, em São Paulo.
Cultura e transformaçãoPara os pesquisadores, o estudo demonstra a manutenção de uma visão tradicional sobre o assunto. Há uma cultura que estabelece que, desde cedo, as meninas devem trabalhar em casa, e meninos, fora. Já entre 5 e 9 anos as crianças do sexo feminino despendem 6 horas semanais nas tarefas domésticas, contra 14,6% entre os meninos, que fazem cinco horas, em média.

Ainda segundo o estudo, as tarefas domésticas são atividades muito fortemente atribuídas às mulheres. Assim, não importa se a mulher tem uma alta renda, se é considerada chefe de família, se está ocupada; ela sempre gastará mais tempo que os homens nas mesmas posições.
Os homens ajudam, mas, talvez, não se sintam responsáveis como as mulheres. O que o estudo propõe ao final do texto é que o poder público tenha uma atuação no sentido de desfazer uma cultura de diferenciação por gênero.
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