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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Homens também amam demais

Mesmo assim, muitos deles sofrem e não procuram ajuda para resolver os seus problemas emocionais

Por Carlos Gutemberg
carlos.gutemberg@arcauniversal.com

Apesar de muitas ideias do passado serem consideradas ultrapassadas pela sociedade atual, o pensamento “machista” de boa parte das pessoas é perceptível. Ainda hoje é possível escutar muita gente dizendo aquela velha frase: “Homem não chora!”
O que é preocupante nesse contexto é que, a partir desse pensamento, muitos homens sofrem e não procuram ajuda para resolver os seus problemas emocionais – seja por vergonha de se expor ou por acreditar, realmente, que não padecem de um amor mal resolvido.
A psicanalista Taty Ades afirma que o inferno do amor patológico, doentio, não acomete apenas pessoas do sexo feminino. Ela já se surpreendeu com os inúmeros depoimentos que escutou de homens doentes por amor.
Segundo ela, a maioria das pessoas pensa que sofrer por amor ou ser codependente amoroso é uma situação que só afeta o público feminino. Isso ocorre porque ainda vivemos em uma sociedade onde os homens são considerados fortes e as mulheres frágeis.
“O mundo machista não deixa que a ala masculina admita que também sofre de amor patológico”, ressalta a psicanalista.
“Coisa de mulherzinha”
Por essa razão, muitos homens precisam de tratamento e ajuda profissional, após passar por problemas desse tipo, mas não têm coragem de assumir ou realmente acham que são fortes e que sofrer por amor é “coisa de mulherzinha”.
A psicanalista mergulhou na dor masculina e descobriu particularidades desses amores mal resolvidos que atingem muitos homens. Após frequentar grupos de apoio, por 2 anos, ela escreveu um livro, reunindo depoimentos daqueles que sofrem de amor patológico e codependência.
Tentando modificar o passado
Taty explica que desde pequenos os homens são condicionados a serem fortes, a não chorarem e não assumirem que estão sofrendo por amor.  Muitas vezes, os sintomas são sutis e ninguém nem percebe.
“Se o homem vê que está se afastando dos amigos, que não pratica as atividades que gosta, está cada vez mais isolado e obcecado pela parceira, querendo modificá-la e colocando-a no centro de sua vida, ele está doente e viciado em amor”, atesta a psicanalista.
Ela explica que as causas são diversas e que podem, inclusive, vir da infância, de uma fase em que o homem não recebeu a atenção que desejava. Isso faz com que ele veja na companheira a chance de modificar o passado.
Alguns casos mais graves acabam da pior maneira possível, com crimes passionais. Para evitar que a situação chegue a esse ponto, é preciso buscar ajuda de um profissional, na tentativa de superar a doença.

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