Instituição inglesa elaborou um perfil para ajudar a população a identificar atuais ou futuros agressores
Uma organização social de Londres, na Inglaterra,
mandou realizar uma pesquisa para chegar ao perfil de um homem
violento, que publicou à sociedade. O Centro para Crianças e Famílias no
Sistema Judiciário, criado para dar assistência a menores que estejam
às voltas com a Justiça e suas famílias (seja como vítimas, autores ou
testemunhas de crimes, ou ainda que estejam sob disputa de custódia,
entre outros casos), expôs ao público algumas características que podem
indicar um autor de violência familiar. Vale salientar que nem todos os
que corresponderem a alguns dos quesitos podem vir a cometer atos
violentos, segundo a instituição – o que eles mostram é que convém ficar
de olhos abertos.
A primeira característica citada é uma
das mais evidentes: o controle. Ele é evidente em atitudes como críticas
constantes, ofensas e o domínio financeiro da família. Ao invés de
somente ser o principal ou único provedor, usa o poder do dinheiro com
tirania. Com o tempo, esse caráter controlador pode se agravar – quando a esposa tenta ser independente, trabalhando ou retomando os estudos, por exemplo.
Esse tipo de homem tende a achar que tem
privilégios especiais sem responsabilidades ou deveres que correspondam
a eles. Quando tais privilégios não são satisfeitos, tende a justificar
a violência como autodefesa, achando-se uma vítima das circunstâncias.
O egocentrismo é presente. Muitas vezes, o homem violento
espera ser sempre o centro das atenções em casa, a ponto de achar que
os outros membros da família têm de antecipar suas necessidades. Tende a
ignorar o que as outras pessoas da casa dizem.
Ele se acha superior. Isso se percebe
quando o homem tende a desdenhar a esposa, considerando-a ignorante, um
objeto sexual ou somente alguém que deve servi-lo.
O sentimento de posse é exacerbado. Ele acha que a esposa e os filhos são sua propriedade.
Muitas vezes, ele justifica atos violentos como atos de amor. Assunto polêmico, mas real.
É manipulador.
Distorce a realidade para quem está de fora da situação. Faz com que
prevaleça a sua imagem de bom moço, e chega a acusar a esposa de insana
ou até de violenta.
Tanto em comportamento quando em ações
cai em contradição. Diz uma coisa, enquanto faz outra. É comum até mesmo
ele criticar em público outros homens que praticam violência doméstica.
Em suma, um hipócrita.
Ele não assume as responsabilidades por
seus atos. As transfere, principalmente, para as mulheres, ou tenta
justificar com alguns fatores externos, como o estresse causado pelo
trabalho. É claro que qualquer pessoa extremamente estressada pode cometer certos excessos e falhas, o problema é quando o estresse é só uma desculpa, e não a real causa.
Inversão da culpa é algo também
frequente. Pode até dizer que a vítima inventou a agressão sofrida para
prejudicá-lo. Ao mesmo tempo, também tende a minimizar os danos
causados, recusando-se a reconhecer seu comportamento violento, com
desculpas como “ela caiu” ou “isso é só um arranhão”.
Agressão em série: o homem violento geralmente é reincidente – não só uma mulher com quem se relacionou foi vítima de maus tratos. É bem diferente de um caso isolado de quem perdeu a cabeça, embora isso também não justifique violência.
Em todas as características citadas pela
organização londrina, fica bem clara uma questão: a linha entre um
homem com pensamentos machistas e um que chega a ser violento física ou
psicologicamente é bem tênue.
Nenhum comentário:
Postar um comentário