Ele é a única parte da muralha do Grande Templo acessível aos judeus, que fizeram dela um importante local para orações
Por Marcelo Cypriano
marcelo.cypriano@
O muro de arrimo da parte oeste da elevação em que ficava o Templo de Salomão, em Jerusalém, é o lugar mais sagrado do mundo para os judeus. Pelo fato de a área do Monte Moriá em que ficava a histórica construção ser controlada por muçulmanos, os israelitas só têm acesso a esta pequena parte. O Muro Ocidental é mais conhecido mundialmente como o Muro das Lamentações, local de oração de judeus de todo o planeta, que o visitam praticamente todos os dias.
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Quando Israel conquistou a Cidade Velha, em 1967, na famosa Guerra dos Seis Dias, fez aos pés do muro uma praça que logo virou local de peregrinação e oração. Por vezes, juntam-se cerca de 10 mil pessoas na praça, em oração.
Segundo Templo
Na verdade, a faixa do muro em questão (57 metros) não fazia parte do primeiro templo, erguido por Salomão e pretendido por Davi. Ele foi acrescentado na época do Segundo Templo, depois de Cristo, quando o rei Herodes realizou uma grande reforma, fazendo do templo um colossal complexo, uma das obras mais arrojadas do planeta na época.
Comumente os judeus oram aos pés do muro, pedindo pela volta do Templo a seu lugar de origem, pela chegada de seu messias (não acreditam que Jesus o tenha sido) e por vários outros motivos. As orações são feitas três vezes ao dia: pela manhã, à tarde e perto do pôr-do-sol. Também meditam bastante no mesmo lugar sobre a história de seu povo ao longo dos milênios e, entre outras orações, repetem bastante as palavras do Salmo 79.
O lado de dentro da muralha revela alguns segredos. Um deles é a maior pedra do paredão, objeto da curiosidade de engenheiros e arquitetos de todo o mundo. Com 13 metros de largura, ela pesa 570 toneladas, e muitos se perguntam como foi colocada ali em um tempo sem grandes máquinas para transportá-la e instalá-la. Para se ter uma ideia de seu tamanho, o maior bloco da Grande Pirâmide (Quéops), no Egito, pesa 11 toneladas.
Papéis entre as pedras
Há uma tradição entre os judeus: escrever orações e pedidos em pequenos papéis e depositá-los nas frestas das pedras da muralha, esperando que sejam atendidos. Periodicamente, os papeizinhos são recolhidos, e outros logo ocupam os mesmos lugares. É proibido pegar pedrinhas ou terra do muro como lembrança, embora seja permitido recolher folhas e gravetos da vegetação que brota nele. Homens e mulheres devem cobrir suas cabeças ao chegarem perto do paredão, e todos devem estar decentemente vestidos. Aos sábados, não é permitido que turistas cheguem à área com câmeras ou outros dispositivos eletrônicos, em respeito pelo dia sagrado de descanso semanal entre os judeus, o Shabat.
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