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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Ritos do casamento

Como alguns costumes de antes, durante e depois do enlace matrimonial tornaram-se tradicionais

Da Redação / Fotos: Thinkstock
redacao@arcauniversal.com

A cerimônia de casamento consome tempo, paciência, dinheiro e gera muita ansiedade. Mesmo assim, certos ritos podem ser pequenos momentos, mas serão lembrados para sempre pelos noivos, familiares, amigos e demais convidados.
Alguns desses ritos vêm de costumes antigos e de várias procedências. Especulam-se origens diversas e até lendas que os geraram. A despeito de quando ou de onde surgiram, continuam a fazer parte e a dar mais graça a um dia tão esperado, por mais simples que sejam. Uns são realizados exatamente no dia do casamento ou até mesmo na própria cerimônia, enquanto outros acontecem dias antes – e depois, como a lua de mel.
Aqui, falamos de alguns desses costumes e suas origens:
Chá de panela
Embora a origem não seja de todo comprovada, vem de uma história muito bonita. Na Holanda, um pobre moleiro (pessoa que trabalha em moinhos) apaixonou-se por uma moça de uma família abastada. Ele foi correspondido, mas o pai da moça não aprovou a união e recusou-se a contribuir financeiramente para uma festa ou para um dote. Mesmo assim, o casal optou pela união. Os amigos de ambos, comovidos, juntaram-se para realizar a festa e compraram presentes úteis, quem ajudariam a equipar e mobiliar a casa da nova família que se formava. Alguns chegaram a dar móveis de seus próprios lares.

Hoje, o costume foi adaptado tanto em uma festa em que a noiva é presenteada pelas amigas quanto nos presentes dados no dia do casamento, com o mesmo objetivo da história holandesa.
Padrinhos e madrinhas
Nos tempos do Antigo Testamento, um amigo bem próximo acompanhava o pai do mesmo quando iam pedir a mão da noiva ao pai dela. Esse amigo zelava pelo casamento, tanto na cerimônia, ajudando tudo a dar certo, quando depois, no dia a dia do casal. O padrinho também protegia a noiva e depois esposa na ausência do marido, ou destacava alguém para fazê-lo. Com o tempo, as mulheres também aderiram ao papel, como madrinhas.
Damas de honra
Em algumas culturas, o papel da dama de honra e das madrinhas confunde-se muito. No Brasil, as madrinhas geralmente são adultas e têm o objetivo citado acima (cuidar da noiva e do casal), além de ajudar na distribuição de convites e, em alguns casos, de auxiliar a noiva nos cuidados com a aparência no dia da festa. As damas de honra (bem como seu equivalente masculino, o pajem) são, em nosso país, geralmente crianças, uma delas sempre levando as alianças ao altar.
Mas a origem das damas de honra não é tão encantadora. Na era medieval, quando uma moça ia se casar, a primeira noite dela como mulher pertencia ao senhor feudal local, que tinha a “honra” de lhe tirar a virgindade, e só depois disso o marido podia deitar-se com ela. Reza a lenda que, para que um estranho não se deitasse com a moça e seu marido pudesse ser realmente o primeiro, outras mulheres vestiam-se como ela, confundindo o aristocrata (daí em vários casamentos os vestidos das damas serem iguais, ainda que difiram do da noiva).
Segundo outra lenda, maus espíritos não gostavam que uma nova família surgisse e uma mulher se entregasse a um só homem. Os seres malignos podiam aparecer na cerimônia para atrapalhar e roubar a noiva e, por isso, também vestiam outras moças do mesmo jeito, confundindo as assombrações.
Vestido de noiva
Registros históricos apontam que a rainha Maria Stuart, da Escócia, foi a pioneira do vestido branco na cerimônia do casamento. Era a cor do brasão da família de sua mãe, homenageada por ela. Como o povo sempre imita a nobreza, o costume passou a ser adotado. O branco passou a representar também a pureza física da noiva por causa da vestimenta de outra rainha em seu casamento: Maria de Médici, na França, no século 17. Até então, os vestidos eram escuros e fechados. O fato causou escândalo, mas a cor clara passou a representar a pureza também pelo fato de Maria ter apenas 14 anos na ocasião. Ela adicionou ao figurino um decote, algo também antes execrado pela tradição. Hoje há mais liberdade na escolha, mas o branco e outras cores bem claras preponderam.
Em algumas culturas, como a da antiga Pomerânia, na Europa, a noiva se vestia de preto dos pés à cabeça, em protesto ao costume citado acima – o de o senhor feudal tirar a virgindade da moça. No município brasileiro de Pancas, no Espírito Santo, uma colônia pomerana ainda realiza casamentos com a noiva usando o vestido negro, mas hoje somente como tradição, sem o peso da triste e injusta situação da Idade Média.
Véu
Na Grécia antiga, o véu “protegia” a noiva dos maus espíritos. Em outras culturas, como as de origem árabe, ele visava esconder a moça da cobiça masculina, e só ao marido cabia revelar o rosto dela em plena cerimônia – para alguns, inclusive, era a primeira vez que o viam. Com o tempo, a peça ganhou uma função mais estética, diferenciando a noiva das outras mulheres presentes. Era costume até séculos atrás que o comprimento do véu mostrasse a riqueza da família: quanto maior, mais abastada. Hoje, é mera extravagância.
Chuva de arroz
Vem da China, onde até hoje o grão é um dos principais alimentos, como em outras culturas orientais. Símbolo de fartura, já era jogado sobre os noivos há mais de 2 mil anos antes de Cristo.
Bolo
O costume de servir um grande bolo na festa de casamento tem origem na Roma Antiga, tanto na corte quanto em seus domínios em outras terras. Na cerimônia, partia-se um pão doce por cima da cabeça da noiva para dar sorte e chamar fartura de alimento, já que o trigo era símbolo de prosperidade.
Os costumes foram adaptados, e hoje o bolo merece atenção especial, tal como nos aniversários. O primeiro pedaço é compartilhado entre os noivos, e o restante distribuído entre os convidados.

Aliança
Os antigos egípcios começaram a utilizar anéis como símbolo do casamento. Os gregos e romanos adaptaram o costume e o passaram para o dedo anular da mão esquerda, pois acreditavam que ele possuía uma veia que ia dar direto no coração, órgão que representa o amor, costume também presente na Índia antiga (a propósito, a popular “veia do amor” que vai até o coração não existe).

No início, também era usada para marcar a noiva como propriedade do noivo, mostrando que ela não estava mais disponível a novos pedidos. Com o tempo, os cristãos tiraram do costume o caráter de propriedade, fazendo do anel um símbolo de união e aceitação mútua do casal (e o homem também passou a usá-lo), além de continuar a mostrar que aquelas duas pessoas não estavam mais disponíveis. O ouro é o metal mais usado, por sua durabilidade, dando a ideia de uma união também durável.
Buquê
Surgiu na Grécia antiga, e era feito de alho e outros temperos e ervas, como amuleto para espantar a inveja. Com o tempo, passou a ser feito de flores e simbolizava que a noiva levava um pouco da natureza feita por Deus, do qual o casal também fazia parte. Não se sabe ao certo quando e onde surgiu o costume de a noiva jogá-lo às solteiras presentes – segundo a brincadeira tradicional, a moça que pegá-lo também se casará em breve.
Não ver a noiva paramentada antes da cerimônia
É só uma brincadeira o fato de o noivo não poder ver a noiva vestida para a celebração antes da mesma. Surgiu na cultura árabe, onde era costume (e ainda é em alguns lugares) o noivo celebrar com o pai da noiva, que aguarda em outra sala, para só depois ela entrar e o futuro marido vê-la paramentada.
Carregar a noiva no colo
Vem das culturas orientais, segundo os quais alguns espíritos ruins que só atacam as mulheres podem ser “contraídos” quando elas pisam no chão e as esperam na porta do quarto nupcial. O marido, carregando a esposa, a protegeria dos seres imundos. Hoje ganhou apenas um significado de respeito, simbolizando que o marido pode “carregar” a família que começa com ele e a esposa durante tempos bons e ruins.
Lua de mel
De origem germânica, pois aquele povo costumava, na antiguidade, realizar os casamentos durante a lua nova. Na cerimônia, os noivos tomavam uma suave mistura de água e mel para chamar a boa sorte. Outra versão diz que na Roma antiga os convidados aspergiam gotas de mel na entrada da casa dos noivos para atrair a doçura na relação. Para os judeus, casar na lua nova atraía felicidade.
O costume da viagem após o casamento e a festa é mais recente, e tem o objetivo de o casal se retirar de sua comunidade por uma semana para que a atenção seja somente um para o outro, e só depois disso iniciem realmente o cotidiano do lar. Também tem o significado de um merecido descanso após os extensos preparativos para o casório.

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