Translate - Tradutor

Total de visualizações de paginas

veja a baixo , o Pais e a cidade dos visitantes

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Um sonho sobre duas rodas

A história de um brasileiro visionário

Por Tany Souza / Foto: André Moura e arquivos pessoais
tany.souza@arcauniversal
 

“Empresário e um professor pardal”. É assim que a corretora de seguros Patrícia Sadalla Collese identifica seu pai, Felício Sadalla, de 83 anos, metalúrgico. Mesmo com seis filhos para criar, ele encontrava tempo todos os dias para buscar uma nova ideia e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Há 32 anos, em um desses momentos de procura, ele estudava o desenvolvimento da China e chegou a uma conclusão: São Paulo vai parar. “Ele disse isto para nós e ficamos espantados, porque não tínhamos esta visão naquela época”, conta Patrícia.
Mesmo sendo uma conclusão louca e fora de contexto na época, ele deu um passo ao futuro. Foi a um ferro velho e montou uma bicicleta elétrica com bateria de avião e motor de caminhão. Mas não foi só isso, ele queria mesmo era que todos tivessem esta conscientização. “Ele disse: eu me recuso a andar de carro, eu tenho que chamar a atenção das autoridades, porque quando parar, São Paulo tem que estar preparado.”
E foi isso que aconteceu mesmo. Sadalla começou a andar com sua bicicleta elétrica e, assim, as pessoas começaram a notá-lo. “Ao ponto de sair em várias reportagens de televisão e jornal”, comenta a filha.
Em 1979, quando ele era chamado de louco pelas mídias, por divulgar sua ideia de que São Paulo iria parar, ele começou a ter reuniões com governadores, grandes fábricas de bicicletas, mas nada dava certo. “As pessoas falavam que o conceito de fazer bicicletas elétricas, ciclovias e ciclo faixa era muito bom, mas pedia para ele conseguir um milhão de reais e voltar lá depois. E o projeto ficou engavetado durante anos.”
Mas um dia chegou a hora certa e o lugar certo. “Eu fui a uma palestra de uma seguradora apresentando um projeto que usava bicicletas normais para socorrer os clientes. Na mesma hora já me lembrei do projeto do meu pai, que estava lá esquecido. Mandei um e-mail para o presidente desta empresa, apresentando a ideia. Conclusão: eu e meu pai fomos chamados porque decidiram fazer a bicicleta elétrica”, lembra emocionada.
E foi assim que há quatro anos a ideia de Sadalla começou a ganhar reconhecimento. A seguradora iniciou um projeto piloto utilizando 250 bicicletas elétricas. “E ainda meu pai foi homenageado, pois a bicicleta ganhou o nome de ‘Felisa’, além de ter sua história de vida contada no manual de instruções.”
Mais uma bicicleta, menos um carro
Em 2009, Patrícia ganhou de aniversário da seguradora sua primeira Felisa e mandou uma foto deste momento, juntamente com um bilhetinho que dizia: “Pai, sabe aquela frase que toda criança colocava na geladeira: pai não esquece a minha Caloi? Pois é, hoje ao completar meus 46 anos de idade, estou  muito feliz porque nunca recebi aquela Caloi, mas hoje você me presenteou com uma Felisa, através da seguradora, e estou muito, muito feliz!  Obrigada, pai, pela minha bicicleta!”
Assim, Patrícia começou a levar à risca aquela conclusão do seu pai sobre usar mais a bicicleta e menos o carro, para evitar que a cidade pare. “Eu vou trabalhar todos os dias de bicicleta, usando roupa social, sempre bem vestida, mas com capacete de proteção. Ela não me impede de ser feminina e elegante.”
Ela levou o conceito da bicicleta até mesmo para o seu trato profissional, ao lidar com seus clientes. “Como eu posso acalmar o meu cliente, oferecendo a ele seguro para os problemas do trânsito, se eu não estiver tranquila? E a bicicleta é uma ótima ferramenta para isso. Já não tenho mais tanta dor de cabeça, como tinha antes e acredito sim que seja por pedalar.”
Além de oferecer bem-estar e um modo de vida mais saudável, a bicicleta elétrica também é econômica. “Eu pedalo 400 km por mês, 40 km por dia e o meu custo com ela é de cinco reais por mês na conta de luz, é maravilhoso!”, ressalta ela.
O sonho de Sadalla nunca teve fim. Mesmo esquecido, um dia ele encontrou seu espaço e seu merecido reconhecimento. E, claro, não para por aqui. “O meu sonho é levar o sonho do meu pai adiante, porque além de vivo, ele é muito feliz.”

Um comentário:

  1. Que história mais linda, e é linda porque é real, parabéns Deus os honrou,porque vocês acreditaram, e é isso que Deus precisa para agir em nossas vidas fé, que exemplo de vida parabéns, eu ainda não tenho uma ,mas se Deus quiser um dia eu vou comprar, bjs, Joelma Ap. B. Lopes.

    ResponderExcluir