A história de um brasileiro visionário
“Empresário e um professor pardal”. É
assim que a corretora de seguros Patrícia Sadalla Collese identifica seu
pai, Felício Sadalla, de 83 anos, metalúrgico. Mesmo com seis filhos
para criar, ele encontrava tempo todos os dias para buscar uma nova
ideia e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Há 32 anos, em um desses momentos de
procura, ele estudava o desenvolvimento da China e chegou a uma
conclusão: São Paulo vai parar. “Ele disse isto para nós e ficamos
espantados, porque não tínhamos esta visão naquela época”, conta
Patrícia.
Mesmo sendo uma conclusão louca e fora
de contexto na época, ele deu um passo ao futuro. Foi a um ferro velho e
montou uma bicicleta elétrica com bateria de avião e motor de caminhão.
Mas não foi só isso, ele queria mesmo era que todos tivessem esta
conscientização. “Ele disse: eu me recuso a andar de carro, eu tenho que
chamar a atenção das autoridades, porque quando parar, São Paulo tem
que estar preparado.”
E foi isso que aconteceu mesmo. Sadalla
começou a andar com sua bicicleta elétrica e, assim, as pessoas
começaram a notá-lo. “Ao ponto de sair em várias reportagens de
televisão e jornal”, comenta a filha.
Em 1979, quando ele era chamado de louco
pelas mídias, por divulgar sua ideia de que São Paulo iria parar, ele
começou a ter reuniões com governadores, grandes fábricas de bicicletas,
mas nada dava certo. “As pessoas falavam que o conceito de fazer
bicicletas elétricas, ciclovias e ciclo faixa era muito bom, mas pedia
para ele conseguir um milhão de reais e voltar lá depois. E o projeto
ficou engavetado durante anos.”
Mas um dia chegou a hora certa e o lugar
certo. “Eu fui a uma palestra de uma seguradora apresentando um projeto
que usava bicicletas normais para socorrer os clientes. Na mesma hora
já me lembrei do projeto do meu pai, que estava lá esquecido. Mandei um
e-mail para o presidente desta empresa, apresentando a ideia. Conclusão:
eu e meu pai fomos chamados porque decidiram fazer a bicicleta
elétrica”, lembra emocionada.
E foi assim que há quatro anos a ideia
de Sadalla começou a ganhar reconhecimento. A seguradora iniciou um
projeto piloto utilizando 250 bicicletas elétricas. “E ainda meu pai foi
homenageado, pois a bicicleta ganhou o nome de ‘Felisa’, além de ter
sua história de vida contada no manual de instruções.”
Mais uma bicicleta, menos um carro
Em 2009, Patrícia ganhou de aniversário da seguradora sua primeira Felisa e mandou uma foto
deste momento, juntamente com um bilhetinho que dizia: “Pai, sabe
aquela frase que toda criança colocava na geladeira: pai não esquece a
minha Caloi? Pois é, hoje ao completar meus 46 anos de idade, estou
muito feliz porque nunca recebi aquela Caloi, mas hoje você me
presenteou com uma Felisa, através da seguradora, e estou muito, muito
feliz! Obrigada, pai, pela minha bicicleta!”
Assim, Patrícia começou a levar à risca
aquela conclusão do seu pai sobre usar mais a bicicleta e menos o carro,
para evitar que a cidade pare. “Eu vou trabalhar todos os dias de
bicicleta, usando roupa social, sempre bem vestida, mas com capacete de
proteção. Ela não me impede de ser feminina e elegante.”
Ela levou o conceito da bicicleta até
mesmo para o seu trato profissional, ao lidar com seus clientes. “Como
eu posso acalmar o meu cliente, oferecendo a ele seguro para os
problemas do trânsito, se eu não estiver tranquila? E a bicicleta é uma
ótima ferramenta para isso. Já não tenho mais tanta dor de cabeça, como
tinha antes e acredito sim que seja por pedalar.”
Além
de oferecer bem-estar e um modo de vida mais saudável, a bicicleta
elétrica também é econômica. “Eu pedalo 400 km por mês, 40 km por dia e o
meu custo com ela é de cinco reais por mês na conta de luz, é
maravilhoso!”, ressalta ela.
O sonho de Sadalla nunca teve fim. Mesmo
esquecido, um dia ele encontrou seu espaço e seu merecido
reconhecimento. E, claro, não para por aqui. “O meu sonho é levar o
sonho do meu pai adiante, porque além de vivo, ele é muito feliz.”
Que história mais linda, e é linda porque é real, parabéns Deus os honrou,porque vocês acreditaram, e é isso que Deus precisa para agir em nossas vidas fé, que exemplo de vida parabéns, eu ainda não tenho uma ,mas se Deus quiser um dia eu vou comprar, bjs, Joelma Ap. B. Lopes.
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