A oferta expressa o amor por Deus
O sangue é o elemento fundamental numa
aliança com Deus. No homem, representa a própria vida, assim como o
coração, que bombeia o sangue para todo o corpo, representa a alma. Num
pacto com Deus, era preciso haver um sacrifício com derramamento de
sangue, pois o animal sacrificado é o substituto daquele que o oferece.
Sob a Antiga Aliança, os pecados de uma
pessoa somente poderiam ser perdoados mediante a apresentação a Deus,
por ela, através do sacerdote, de um animal para ser sacrificado em seu
lugar. O animal era escolhido de acordo com o tipo de pecado cometido.
Ora, sob a Nova Aliança, Deus ofereceu o
Seu próprio Filho em sacrifício por todos aqueles que O aceitam como
seu substituto. A partir do momento em que a pessoa aceita o sacrifício
do Senhor Jesus como o pagamento do seu pecado, fica livre do jugo do
diabo, e passa a viver em comunhão estreita com Deus, numa aliança
eterna.
Na dispensação da Antiga Aliança, o
sangue era o elemento básico para um pacto entre duas pessoas e, de tão
importante que era, Deus proibiu terminantemente comê-lo:
"Qualquer homem da casa de Israel ou
dos estrangeiros que peregrinam entre vós que comer algum sangue,
contra ele me voltarei e o eliminarei do seu povo. Porque a vida da
carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer
expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em
virtude da vida.
Portanto, tenho dito aos filhos de
Israel: nenhuma alma de entre vós comerá sangue, nem o estrangeiro que
peregrina entre vós o comerá. Qualquer homem dos filhos de Israel ou dos
estrangeiros que peregrinam entre vós que caçar animal ou ave que se
come derramará o seu sangue e o cobrirá com pó. Portanto, a vida de toda
carne é o seu sangue; por isso, tenho dito aos filhos de Israel: não
comereis o sangue de nenhuma carne, porque a vida de toda carne é o seu
sangue; qualquer que o comer será eliminado." Levítico 17.10-14
Também na dispensação da Nova Aliança, o Espírito Santo deu as seguintes instruções à Igreja primitiva: "que
vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da
carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas..." Atos 15.29
De todas as leis e mandamentos, com
respeito aos sacrifícios durante a Antiga Aliança, restou apenas a
proibição de comer coisas sacrificadas a entidades cultuadas em
religiões pagãs. O sangue da Igreja do Senhor Jesus Cristo são as
ofertas de sacrifício dadas espontaneamente pelo povo de Deus, porque
cada importância oferecida com sacrifício de amor representa parte da
vida do ofertante nas mãos de Deus. E a oferta não é necessariamente uma
grande soma de dinheiro, porque o sacrifício não é medido pelo valor,
mas pela qualidade da oferta.
O melhor exemplo disso foi a oferta da
viúva pobre, e vale a pena analisar com mais profundidade o caso dela,
mesmo que já tenhamos comentado algo a respeito. Diz a Bíblia:
"Assentado diante do gazofilácio,
observava Jesus como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos
depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou
duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante.
E, chamando os seus discípulos,
disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no
gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles
ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo
quanto possuía, todo o seu sustento." Marcos 12.41-44
Em suma, a partir do exposto nos
versículos acima, podemos listar alguns conceitos sobre as ofertas de
sacrifício que devem ser dadas pelo povo de Deus:
1) Deus observa como o povo lança a
oferta sobre a Sua Obra, ou seja, sobre a Sua Igreja, pois esta
instituição representa Deus na Terra, e a consideração do povo para com a
Igreja do Senhor é a mesma para com o Seu fundador: Jesus. O respeito, o
cuidado e o zelo pela Casa de Deus fazem parte do culto racional que
apresentamos a Deus continuamente, pois, como está escrito:"o zelo da tua casa me consumiu..." Salmos 69.9
2) Quem realmente quer agradar a Deus
não procura mostrar-se para os demais. Pelo contrário, quando a oferta é
dada para a glória de Deus, ninguém deve tomar conhecimento disto,
senão o próprio Espírito Santo. E o que procura ser glorificado pelos
homens será humilhado por Deus, mas aquele que busca a glória de Deus,
ainda que seja humilhado pelos homens, será exaltado pelo próprio Deus. E
como está escrito que Deus humilha os exaltados e exalta os humilhados,
a viúva teve o seu louvor vindo da parte do Senhor Jesus, ao passo que
os ricos que deram muito foram censurados por Ele.
3) Deus nunca observa o que a pessoa
traz nas mãos, mas o que fica no seu bolso. Foi o que aconteceu quando o
Senhor Jesus censurou os ricos diante dos Seus discípulos. Quando
alguém traz a sua oferta diante de Deus, pode estar certo de que aquela
oferta está sendo colocada na balança com o que ficou no bolso. Se o
restante está reservado para saldar algum compromisso, a oferta que está
sendo trazida diante de Deus tornar-se-á realmente a melhor; mas, se
aquele restante for maior e não há compromisso a saldar, então a oferta
não é a melhor para Deus. É claro que há os que, movidos por uma grande
convicção de fé, sacrificam até a importância já comprometida, mas isso
fazem por uma questão pessoal de fé, porque têm a mais absoluta certeza
de que na hora de saldar o compromisso o Senhor há de suprir a sua
necessidade de maneira que venha a sobrar.
4) O Senhor Jesus pôde avaliar o coração
dos ricos e o coração da viúva pobre pelas ofertas que deram. Na
verdade, Deus não precisa de nenhum centavo nosso, porque Ele foi, é, e
sempre será o dono de tudo o que existe, tanto nos Céus como na Terra. A
oferta é apenas uma expressão de amor que o ser humano apresenta diante
d'Ele, pois é impossível amar sem dar alguma coisa, sem oferecer algo
que, de fato, confirme esse amor. Amar é dar!
Ora, não é assim que tem acontecido com
os que se amam? Por meio do casamento há uma entrega simultânea de um ao
outro, expressando o amor. Assim também é a oferta a Deus; ela
expressa, de uma forma concreta, o sentimento que o ofertante tem dentro
do seu coração.
Mas é muito importante que se verifique a
grande diferença entre a oferta, os dízimos e o sacrifício. São
totalmente diferentes, e cada um expressa um sentimento diante de Deus. A
oferta expressa o amor por Deus; os dízimos significam a fidelidade a
Deus e, finalmente, os sacrifícios representam a vida do sacrificante em
função de algo que deseja.
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