Cientistas compararam a estrutura cerebral e a habilidade de autocontrole entre irmãos, um dependente e outro saudável

Estudo realizado pelo Instituto de Neurociência e Comportamento da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, apontou que a dependência química
pode estar ligada a uma predisposição genética. Os cientistas
compararam a estrutura cerebral e a habilidade de autocontrole entre
irmãos, um indivíduo saudável e outro dependente químico.
Os resultados revelaram que as
alterações já identificadas previamente no cérebro dos toxicômanos
também foram observadas nos irmãos que nunca usaram drogas. Ainda
segundo os especialistas, o cérebro dos usuários de drogas parece ter poucos receptores de dopamina, molécula que desempenha um importante papel no "efeito de recompensa".
Efeito de recompensa
As drogas acionam o sistema de
recompensa do cérebro, uma área responsável por receber todos os tipos
de estímulos de prazer (sensação de temperatura agradável, alimentação,
sexo) e transmiti-los para o corpo todo. Porém, elas interferem nesse
sistema com uma falsa sensação de prazer, que induz o indivíduo a
repetir seu uso compulsivamente.
Risco de dependência

É como se a genética se comportasse conforme a base familiar,
que é fundamental para o desenvolvimento dos jovens. Se dentro de casa a
criança ou adolescente se depara com exemplos negativos – violência e
uso de drogas, por exemplo – vindo dos próprios pais, eles tendem a
enxergar e entender o mundo assim, e as atitudes deles fora de casa
serão condizentes ao que foi assimilado.
De acordo com o psicólogo Leonardo
Falcão, muitos estudos ainda estão sendo realizados nesse campo, e são
eles que vão nos ajudar na prevenção
do abuso de drogas e no tratamento da dependência química. Porém sempre
lembrando que a questão genética é um dos componentes para o
diagnóstico, mas não o fator determinante.
Durante a gravidez
O psicólogo aborda outro ponto muito importante, o uso de drogas durante a gravidez. Além de aumentar as chances do jovem se tornar um dependente químico, interfere diretamente na qualidade de vida da mãe e do bebê.
“São vários os riscos causados pela
utilização de drogas durante a gravidez. Entre eles, para as mães,
podemos destacar hipertensão, má nutrição e parto prematuro. Já para o
bebê, pode ocasionar desde infecções, defeitos congênitos, problemas
neurológicos e comportamentais”, finaliza Falcão.
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